Bolívia: Um guia completo para quem quer viajar para esse destino.

Localizada no centro-oeste da América do Sul, a Bolívia é limitada ao norte e a leste pelo Brasil, a sudeste pelo Paraguai, ao sul pela Argentina, ao sudoeste e ao oeste pelo Chile e no noroeste pelo Peru. O país é sem saída do mar, uma vez que perdeu seu território da costa do Pacífico para o Chile na Guerra do Pacífico que durou de 1879 a 1884. Mas os acordos com os países vizinhos conferiram acesso indireto aos oceanos do Pacífico e do Atlântico.

Um pouco desprestigiada pelos turistas brasileiros, esta nação reúne um número impressionante de destinos, especialmente para quem gosta de turismo ecológico e quer ter contato com culturas antigas ainda preservadas em pequenos vilarejos e cidadelas longínquas.

O Lago Titicaca, o segundo maior lago na América do Sul (após o Lago Maracaibo ), pertence em partes à Bolívia em partes ao Peru. Outra curiosidade é que a capital constitucional do país é a cidade histórica de Sucre, onde o Supremo Tribunal está estabelecido, mas a capital administrativa é La Paz, onde funcionam os poderes executivo e legislativo do governo.

Neste e-book, você vai ver quais são os destinos mais interessantes da Bolívia e o que você poderá ver neles. Ao final, preparamos uma série de perguntas e respostas bastante frequentes; elas vão te ajudar a entender melhor a nação e o povo boliviano e a planejar férias inesquecíveis lá. Boa leitura!

AS CIDADES MAIS BELAS E IMPERDÍVEIS DA BOLÍVIA

A Bolívia, diferentemente do restante da América do Sul, não possui muitos atrativos urbanos. A não ser em La Paz e Santa Cruz de La Sierra, não há muitos destinos cosmopolitas modernos. Nem por isso ela é menos interessante. Confira, a seguir, uma lista das mais cativantes cidades bolivianas e um resumo do que você vai ver nelas:

LA PAZ

Com uma altitude de 3,3 mil metros e com uma população de 835 mil habitantes, a capital da Bolívia é uma mistura frenética de cultura andina fascinante, barracas de comida exóticas, mercados peculiares, museus e arquitetura aleatória que supera os sentidos a qualquer momento do dia ou da noite.

A melhor vista da extensa paisagem urbana é de seu teleférico que liga o centro da cidade ao assentamento de El Alto, onde é possível ver a expansão da cidade amontoada em um vale e cercada pela faixa dentada de picos nevados da Cordilheira Real.

COCHABAMBA

Cochabamba é a capital do departamento (estado) homônimo e a terceira maior cidade da Bolívia. Localiza-se no oeste do país, numa depressão da Cordilheira Oriental a mais de 2,5 mil metros de altitude.

É uma cidade de economia agrícola. Também é um importante centro comercial, com destaque para as feiras de produtos agrícolas regionais, e industrial (refino de petróleo, alimentos). Possui minas de estanho, prata e cobre.

COPACABANA

Aninhado entre duas colinas nas margens do sul do Lago Titicaca, a atraente cidade de Copacabana é o principal ponto de partida para os viajantes que visitam Isla del Sol ou que estão indo ao Peru.

Além da proximidade com o lago, a cidade é famosa pela sua deslumbrante basílica de estilo mourisco branco, decorada em azulejos coloridos e cúpulas, que se erguem sobre a praça central. Construída no local de um templo antigo, a basílica é um lembrete do status sagrado de Copacabana que existia muito antes da conquista espanhola. 

POTOSÍ

Situada em um platô árido, a cidade protegida pela UNESCO de Potesí está quase 4,1 mil metros acima do nível do mar, ganhando o título da mais alta cidade do mundo.

O Cerro Rico é a fonte mais rica de prata do mundo e a razão do início de Potosí como um centro de mineração em expansão no Império espanhol. Ali, os visitantes se encantam com a arte e arquitetura colonial — incluindo mais de dois mil edifícios coloniais restaurados, bem como muitas igrejas.

Também é interessante aprender sobre a gloriosa e, por vozes, assombrosa história dos mineiros locais visitando as minas em atividade e abandonadas.

RURRENABAQUE

A remota cidade da selva de Rurrenabaque é o principal ponto de partida para explorar a Amazônia boliviana que assume formas intrépidas de selva na península imaculada do Parque Nacional Madidi e passeios de barco nos Pampas.

Esticando-se ao longo do rio Beni, as estradas empoeiradas e as casas escorregadias da cidade têm um charme tropical inegável. Muitos viajantes param ali para desfrutar de boa comida, camaradagem local e vida noturna movimentada antes de se aventurarem na selva. 

SUCRE

A capital oficial (constitucional) da Bolívia é Sucre, conhecida pelo seu clima temperado e pela refinada arquitetura colonial que permanece bem conservada desde que os espanhóis a fundaram em 1500. Ali, os viajantes desfrutam de um clima parecido com a primavera e um centro histórico protegido pela UNESCO, com mansões, mosteiros e igrejas bem preservados.

A cidade também abriga a Biblioteca Nacional da Bolívia e La Casa de la Libertad, onde Simão Bolívar escreveu a constituição boliviana.

SANTA CRUZ DE LA SIERRA

À beira do rio Pirai, a leste do país encontra-se Santa Cruz, uma cidade bastante turística. Apesar de ser a mais populosa da Bolívia, a cidade ainda consegue manter uma sensação de pequena, com uma atmosfera relaxada e tropical.

As ruas estreitas de seu vibrante centro oferecem uma visão da vida local, repleta de barracas vendem chicha (bebida de milho fermentada), táxis e cavalos e carros, juntamente com uma variedade de lojinhas que vendem todos os tipos de produtos locais.

ORURO

O principal momento turístico da cidade mineira de Oruro, em grande parte industrial, acontece nos dez dias que seguintes à quarta-feira da cinza, quando a cidade explode em festividades coloridas para o seu carnaval religioso anual que acontece há cerca de 200 anos.

Listado como uma obra-prima da herança oral pela UNESCO, o festival traz vida ao folclore local e à cultura com cerca de 28 mil bailarinos e 10 mil músicos em trajes vibrantes que realizam a dança tradicional, que sempre começa com a dança diablada ou diabólica .

TARIJA

Tarija é uma cidade isolada do sul, mas chama a atenção para estar a poucos passos das vinhas onduladas, tornando-se uma ótima base para explorar as vinícolas de El Valley de la Concepción, que produz os vinhos de maior altitude no mundo.

A cidade em si tem um ambiente convidativo, com belas praças com palmeiras e cafés, bares em terraços que aproveitam ao máximo o clima amplo e cheio de sol. 

OS MAIS INACREDITÁVEIS DESTINOS NATURAIS DA BOLÍVIA

Quem gosta de turismo de aventura não tem do que reclamar. Uma quantidade significativa de reservas ambientais está disponível na Bolívia para passeios leves e também para grandes empreitadas de experiência natural.

Confira, a seguir, os mais impressionantes destinos naturais bolivianos e o que você poderá ver neles:

PARQUE NACIONAL MADIDI

Localizado no canto norte do departamento de La Paz, Madidi é um paraíso longe do caos da grande cidade. Este gigantesco parque nacional se estende dos picos nevados da Cordilheira Real até a bacia do rio Amazonas, tornando-se uma das maiores áreas protegidas do mundo.

Madidi é famoso por ser o lar de uma grande variedade de pássaros, concentrando 14% das espécies conhecidas do mundo, bem como uma abundância de mamíferos, répteis, peixes e insetos. A maioria dos turistas inclui essa visita em seus passeios na cidade de Rurrenbeque, que está a uma curta distância. 

PARQUE NACIONAL AMBORO

Amboro é conhecido pelo seu clima extremamente variado. Este parque de 4,425 km2 abrange três zonas distintas; os contrafortes andinos temperados, o seco Chaco do norte e a bacia amazônica úmida.

Apenas a 24 km da maior cidade da Bolívia, Santa Cruz de la Sierra, Amboro é um local popular para os bolivianos e visitantes internacionais que procuram escapar da grande cidade e se reconectar com a natureza.

O parque é melhor visitado a pé com um guia local, que irá apontar algumas das três mil espécies de plantas, no que é uma das regiões mais ricas em botânica de todo o mundo. As excursões partem de Santa Cruz e Samaipata.

PARQUE NACIONAL SAJAMA

Sajama é o destino perfeito para o viajante que quer se afastar de tudo. A cidade principal nesta região isolada do altiplano tem apenas 80 habitantes, então está realmente no meio do nada.

O parque é popular por sua variedade de lagoas de alta altitude, gêiseres, vulcões escaláveis e um número aparentemente infinito de alpacas amigáveis. Há ainda algumas fontes termais borbulhantes sob um pitoresco vulcão nevado para relaxar depois de um longo dia de exploração.

O Sajama pode ser um pouco difícil de alcançar, com apenas um ônibus local por dia em cada direção, mas isso apenas aumenta a aventura! 

RESERVA NACIONAL DA FAUNA ANDINA EDUARDO AVAROA

Não muito longe do famoso Salar de Uyuni, Eduardo Avaroa é a região protegida mais visitada em todo o país. Esta extensão de alta altitude possui uma coleção surreal de lagoas coloridas, vulcões cobertos de neve, formações rochosas alucinógenas, gêiseres quentes e desertos varridos pelo vento.

Dada a sua localização extremamente remota, a reserva é mais visitada como parte de um passeio de jeep de três dias pelo Salar de Uyuni.

PARQUE NACIONAL DE NOEL KEMPFF MERCADO

Noel Kempff é um luxuriante paraíso ao ar livre escondido. De fato, fretar um avião privado às vezes é a única maneira de chegar lá. Aqueles que fazem a jornada são saudados por uma das mais intocadas naturezas na terra. Este lugar mágico possui uma variedade de ecossistemas, incluindo a floresta amazônica, savanas inundadas e pastagens ricas em animais selvagens.

O Parque Nacional de Noel Kempff Mercado é o lar de uma variedade impressionante de animais, como lontras de rio, golfinhos, armadillo gigante e macacos bugios, para citar apenas alguns. Talvez as paisagens mais espetaculares sejam suas cachoeiras majestosas, algumas das quais são de até 80 metros de altura.

PARQUE NACIONAL TOROTORO

Torotoro é um dos parques nacionais mais populares da Bolívia, tanto por sua impressionante variedade de pegadas de dinossauro bem preservadas quanto por numerosas maravilhas geológicas.

O parque pode ser visitado em alguns dias através de uma estrada acidentada e não pavimentada a quatro horas de Cochabamba. Uma caminhada de meio dia para o Vergel Canyon é uma obrigação, passando várias pegadas de dinossauro maciças e cachoeiras em cascata antes de chegar ao chão da garganta para nadar em uma deliciosa lagoa.

A outra atração essencial de Torotoro é Ciudad de las Itas, uma caminhada através de uma coleção de animais como formações rochosas que termina com uma experiência de duas horas de espeleologia — definitivamente, não recomendada para os claustrofóbicos. 

PARQUE NACIONAL KAA IYA

Esta é outra ótima opção para o aventureiro ao ar livre. Kaa Iya é um parque nacional remoto e semiárido, na fronteira com o Paraguai. Esta região pouco visitada não é particularmente impressionante por sua flora. Em vez disso, são os animais, sobretudo a onça-pintada, seus maiores atrativos.

Entre os melhores lugares do mundo para detectar jaguares na natureza, Kaa Iya é uma obrigação para todos os grandes entusiastas da observação de felinos. O parque é gerenciado inteiramente por tribos indígenas locais e é muito difícil de visitar sem o acompanhamento de um guia especializado.

SALAR DE UYUNI, O DESERTO DE SAL DA BOLÍVIA

A Bolívia também abriga o lar do Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo (cerca de 10.582 quilômetros quadrados). A excepcional beleza natural e panoramas únicos tornam o Salar de Uyuni um dos melhores destinos de turismo natural da América do Sul.

Na estação das chuvas (janeiro e fevereiro), as salinas estão cobertas por uma fina camada de água, formando um espelho verdadeiramente surrealista do vasto céu andino. Passear pela região é ver bem mais do que um deserto. De ilhas exóticas em um mar de sal brilhantemente cegante a lagos minerais delicadamente colorados nas montanhas andinas, esta é uma paisagem boliviana inesquecível.

Quando ir? O que você vai ver? Que precauções tomar? Confira em nosso blog, todos os detalhes sobre o Salar de Uyuni!

O QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE MARCAR SUA VIAGEM PARA A BOLÍVIA

Agora vamos a uma lista de perguntas e respostas que podem te ajudar bastante a entender o povo boliviano e como fazer turismo por lá:

É VERDADE QUE TODO MUNDO É “ÍNDIO” NA BOLÍVIA?

Muitos bolivianos indígenas ainda praticam costumes andinos antigos, usam vestimenta tradicional e remédios naturais para curar doenças. No entanto, é a capacidade do país combinar um estilo de vida moderno com valores tradicionais que realmente deixam uma boa impressão.

Com mais de 36 culturas indígenas, cada uma com seus próprios costumes e a maioria com suas próprias línguas, os viajantes têm a chance de mergulhar em uma cultura rica e aprender sobre um modo de vida diferente.

COMO É A GASTRONOMIA BOLIVIANA?

Ao contrário do que você pode ter ouvido, a comida boliviana é muito mais do que apenas arroz e feijão. Produzidos principalmente a partir de uma mistura de cozinha espanhola e ingredientes indígenas, os pratos tradicionais geralmente são adequados para o clima alto e frio no Altiplano, então há muita especiaria!

Juntamente com carne, milho, ovos e batatas, um dos ingredientes mais utilizados na cozinha boliviana é a quinoa. O grão altamente nutritivo foi classificado como um “super alimento” no mundo ocidental e é frequentemente usado para fazer saladas, guisados, sopas e hambúrgueres

QUAL A MELHOR ÉPOCA PARA VISITAR O PAÍS?

A variedade de destinos da Bolívia é convidativa para qualquer época do ano. Uma das maneiras de escolher uma boa época para viajar para lá e conferindo o padrão climático de cada parte do país. Veja, a seguir, quais são as variações climáticas nas diversas regiões turísticas:

• Região do Altiplano A parte do país que compreende La Paz, o Lago Titicaca, Oruro e o Salar de Uyuni possui um clima semiárido frio com ventos durante todo o ano. O período chuvoso nesta região vai de novembro a março; entre abril e outubro o inverno é seco com dias ensolarados e bastante frios — época escolhida pela maioria dos turistas brasileiros.

• Região da Cordilheira Central A Cordilheira Central fica no leste do Altiplano. É lá que estão as cidades de Cochabamba, Sucre, Tarija e Potosí. Essa é a região do país com o melhor clima (semelhante ao do Mediterrâneo). Se quiser ver a neve, vá durante o inverno a Potosí.

• Região das terras baixas tropicais Nas terras baixas tropicais, que compreendem mais de metade do território boliviano, o clima é quente e úmido durante todo o ano. Entre outubro e maio, as chuvas são recorrentes. 

COMO IR?

Os voos do Brasil para a Bolívia saem das principais capitais para Santa Cruz de la Sierra. De lá, toma-se um voo doméstico para La Paz e demais destinos em que há aeroporto. Em Puerto Suares, na fronteira com o Brasil, também é possível tomar um trem, apesar de ser uma viagem um tanto quanto cansativa.

IR SOZINHO OU ACOMPANHADO?

Apesar de parecer, a Bolívia não apresenta grandes perigos aos turistas. Logo, não há restrições para viajantes solos. No entanto, dentro do país é recomendado contratar guias, especialmente para não se perder nas regiões mais retiradas dos grandes centros.

QUAL A DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA PARA INGRESSAR NO PAÍS?

Para brasileiros, a entrada na Bolívia é simplificada. Basta ter passaporte ou documento de identificação com foto. O visto é de até 30 dias.

Para permanecer mais tempo, é necessário um visto especial (consulte o consulado do país mais próximo). A exigência maior é a vacinação contra a febre amarela. 

CONCLUSÃO

Superlativa em sua beleza natural, complexa e ligeiramente exótica, a Bolívia é sem sombra de dúvidas uma das nações mais diversas e desconcertantes da América do Sul. É também pouco explorada por turistas brasileiros, o que é bem diferente quando se trata de europeus e norte-americanos.

Os bolivianos são especialmente amigáveis — a princípio um pouco discretos, mas logo bastante acolhedores com turistas; adoram brasileiros. A Bolívia tem a maior porcentagem de indígenas da América do Sul, então culturas milenares ainda estão vivas e bem visíveis aos turistas. Como você viu ao longo deste e-book, há muito o que fazer neste país.

É bem verdade que não se pode ir até lá esperando ver paisagens cosmopolitas ou grandes inovações tecnológicas. Mas umas férias lá podem ser bastante revigorantes, especialmente se você tiver sensibilidade para ver a alegria do povo vivendo de uma maneira simples e otimista.

É sempre bom contar com ajuda especializada para organizar uma viagem a qualquer lugar, mas essa verdade fica ainda mais evidente quando se trata da Bolívia. A maioria dos destinos no interior do país exige o acompanhamento de guias locais. Que tal, você ficou com vontade de ir à Bolívia? Fale conosco agora mesmo e veja como podemos ajudá-lo!

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Curtiu? Quer explorar um dos continentes mais surpreendentes deste planeta? Então, não deixe de conferir mais das nossas dicas e roteiros para te ajudar a montar uma viagem sem arrependimentos.

Espero ter ajudado hoje! 

A equipe da Explora 🚀

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